solta
sem ciência
sem direção
curtir mais
a cor da tinta
a curva da linha
o sentido do traço
Que
o sentido do troço
o ângulo do logo
o brilho da oclusão
Deixar pelo papel correr a mão
II
Deixar pelo papel a mão correr
e ver depois
se desenhos
ou palavras
se riscos
ou recados
Lembrar sempre
que desenhos são palavras
palavras são desenhos
e todos são riscos
todos são recados
Depois respirar fundo
mergulhar na inspiração
até calar a Babel
então ao expirar
Deixar correr a mão pelo papel
III
Deixar pelo correr a mão papel
e que a mágica se repita
mil e tantas e muitas vezes
até que a mão se solte
ligando-se assim à fonte
à cascata do aguadeiro
que generosa se derrama
levando o que é vivo a brilhar
até ser capaz
de passar a luz adiante
Deixa
Um comentário:
Divino!
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