Vincent van Gogh








DESABAFO



Ela disse que entrará de cabeça nas minhas poesias,
mas não sou nada...
Não sou ninguém.
Leia Drummond, Fernando Pessoa, Pablo Neruda...
Grandes homens que tocaram Deus
Aproveite Clarice Lispector, Florbela Espanca, Cecília Meireles e Adélia Prado
Elas entenderam Deus
Sou um nada
Rabisco linhas
Sujo papéis
Não perca o seu tempo
O meu vocabulário é pobre
Escrevo porque senão morro
e, muitas vezes, violento o papel.
Tudo para não cortar o meu corpo,
não afundar meus olhos e furar meus ouvidos.
Uso a caneta como arma.
Escrevo com raiva
Um revólver apontado para mim
Porque, definitivamente, não vejo outra saída
em uma vida suja,
hipócrita e nojenta com estes bípedes humanos.


Lúcio Alves de Barros


Um comentário:

Fada do Mar Suave disse...

Poeta Lúcio
Quero agradecer-lhe a nossa amizade, a sua contribuição com teus lindos versos, que tanto emociona a todos que lêem. Recebo com freqüência comentários apreciando e elogiando sua forma inteligente e corajosa de se expressar. Dizem, e eu concordo que seus escritos saem de sua alma direto aos nossos corações.
Você faz parte desta morada poética, iluminando com seu brilho que irradia. Deixando, assim, nossa morada povoada de vida que canta, encanta os seus mistérios e magias.
Com muito carinho da Fada do Mar Suave.