Martín La Spina










As mãos.


Tantos olhos de ver...
De tudo que trago em mim.
Revisito o olhar, não me canso,
De o detalhar, no foco do essencial,
sensibilizar, as mãos tocar,
Juntas, vertem o coração.

Delicadas ou não, enrugadas,
desde sempre servem...
Vida abraçada, acarinhada,
de comer dá, ampara,
em beber se derrama...esperança.
Consola aflitos, corações aturdidos,
em toques de acolhimento e colo.
Gratas, celebram graças,
enxugam lágrimas,
por tudo que em bendição
recebem e doam,
Se machucam, desavisadas,
desastradas assumem, mesmo que doa.

Tempo em que se escrevia,
cartas, bilhetes, segredos
revelados de emoção.
Criativas mãos!
Tanta satisfação!...
Suavam, só de pensar,
falando de expectativas,
toda ansiedade em esperar...

Sustentam por longo tempo
toda a fidelidade,
prometida ao pé do altar,
plenas de felicidade.
Sagrado momento,
na aliança do casamento.
Trêmulas mãos,
amor testemunhado em grandeza,
especial desafio,
de conviver, renovar, recomeçar,
Toda a beleza...

Ressequidas, enrugadas,
trazem memórias,
quanta história!
Tantas vidas reunidas,
como agora, guardadas,
de amorosa convivência,
cuidados e experiência...
Sempre as uno em oração,
sensíveis ao coração,
junto a todas possíveis mãos...

Desde o tempo de minha avó,
avanço em sabedoria,
Seja de dor e alegria.
Juntando de unicidade,
de mãos dadas com a vida,
sendo ou não,
Poesia!


Gaiô

3 comentários:

Alminha Iluminada disse...

"As Mãos"

Gaiô e La Spina, bençãos!!!

Cida Gaiofatto disse...

Fada visionária.

Visionária,
de clássicos mareada,
traz azuis de alma leve, matéria sensível dos sonhos...
Em tudo extraordinária,
Viaja a eternidade em buscas imaginárias, puras,
que retratem muitas vidas de teias emaranhadas,
de VanEycks, Monalisas, Ingres, revisitados.

Viaja a eternidade na transversal do tempo,
em tapeçaria mágica, bela e cósmica textura.
Onírico intervalo entre o que pensa e sente,
Inter-texto, a mente, esferas dimensionais,
no contexto o pretexto de interatividade...
Alça vôos a Arte, traça pontes, mergulha em reflexões,
múltiplo imerso em versos, alquimia-alteridade...som.

Tanto encanto, graça, espanto,
transpõe portal de esperança,
enche os olhos, de tantos desenganos,
serve em beleza a humanidade.
Desencontros que se buscam,
salvação dos tristes prantos,
sensível felicidade...

GaiÔ.

Cida Gaiofatto disse...

Ao poeta das cores,
Martín La Spina
e Fada do Mar Suave.

Belo e doce espanto...


Em tempo real, rabisco sentimentos
de um tempo sur...real...
Divago ares, aves, mares,
retardatários de um tempo, bem me lembro,
que os anos não trazem mais.
Rememoro o encantamento...
sintonia de alma fina, que aglutina a poesia
em loucura apaixonada, toda matéria evocada,
delicadas, aturdidas de leveza e magia.
Bailam etéreos delírios,
assombros, despertadores de emoção.
Tanto azul em vibração!
Quentes cores transversais,
alucinam em movimento, toda dança
desvendando portais que fazem a travessia.
Águas sondam o espaço,
aquáticas formas em céus envolvidos,
altares, sagrados mistérios,
uníssonas vozes em preces
unidade em espírito.
Tanta diversidade...revisita em releituras
imagens que inauguram o fantástico da luz
realidade e trancendência por fazer...
Belo e doce espanto!!!!
Revela meu canto....

Gaiô