




DISFARCE
(para Moema Tinoco Cunha Lima)
De salgema
O poema
Já disfarça
Meus dilemas.
Nele arrisco
Meus cristais
E empenho
Esperanças
Que decifro
Circunscritas
Em lembranças.
Meu poema
É agonia
Em enigmas;
É espelhos
Que deforma,
Mistifica,
Ao inverso
Meus mistérios.
É esgar
De conflitos
Que sustem
Os meus gritos.
É espada
Que alanceia
Meus espantos.
E meus medos.
É navalha
Que me fere
Pele e cerne.
É a sede
Que acicata
Meus limites
E me seca
Riso e lagrima.
É vertigem
De tumultos
Em meu peito.
É florete
De palavras
Com argumentos.
É silencio
Que devora
Em seu travo
De meu ventre
Os segredos
E os degredos
Tão amargos.
É verdade,
Servitude
O disfarce
Que me inventa
Divergente
(nele escondo
Meus fantasmas
Consciente).
Armadilha
Que me prende
Á medida
De meus medos
E anseios.
É o ritmo
Que decifro
Do improviso.
É o arauto
Que inaugura
Com avantesmas
A mensagem
De amargura.
Face múltipla
Que recria
Minhas flautas
De alegria.
É alaúde
De estilhaços
Que me ferem
Abstratos.
Meu poema
É suplicio
No disfarce
De narcisos.
Myriam Coeli
Um comentário:
Amei seu blog! Fiquei horas aqui vendo posts antigos. Tudo lindo e com um bom gosto incrível! Batik uma arte que conheci por meio deste espaço e encantou-me.
Parabéns pela elegância apresentada.
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