




CÓDICE
(para Zila Mamede)
Se é que enfrento
Do viver, códice
É que não basta
Ao meu intento
O mito ou fabula
Que me ultrapassam
Em meus anátemas.
Se me devasto
Em duro exílio
Ou me apiado
De meus delírios,
Já me desnutre
Do sonho, o fruto.
Se ousado enfrento
O meu evento
Tão instruído
Dos meus tributos;
O meu recado
Reticulado
O medo prende
Em tessituras
De algema e ascuna,
Pois azougadas
São minhas feras –
Fácies escâncaras
No codicilio
Do mendaz tempo –
Anagramadas
As minhas falas
Embaralhadas.
Se o braço arma
Nas mãos punhais
E se defendo
As minhas leis
Um item a mais
Flamando o peito,
Falece o gesto
E já me perco
Massificada
Entre os demais.
Se é que enfrento
As minhas osgas
De úmidas cavas
Ou loucas nuvens
Em céus recurvos
Já é tormento
A mesma causa
De infaustas lutas
Que pelo avesso
Bravura esmaga.
Myriam Coeli
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