Sokolova Nadejda









CÓDICE

(para Zila Mamede)



Se é que enfrento

Do viver, códice

É que não basta

Ao meu intento

O mito ou fabula

Que me ultrapassam

Em meus anátemas.

Se me devasto

Em duro exílio

Ou me apiado

De meus delírios,

Já me desnutre

Do sonho, o fruto.

Se ousado enfrento

O meu evento

Tão instruído

Dos meus tributos;

O meu recado

Reticulado

O medo prende

Em tessituras

De algema e ascuna,

Pois azougadas

São minhas feras –

Fácies escâncaras

No codicilio

Do mendaz tempo –

Anagramadas

As minhas falas

Embaralhadas.

Se o braço arma

Nas mãos punhais

E se defendo

As minhas leis

Um item a mais

Flamando o peito,

Falece o gesto

E já me perco

Massificada

Entre os demais.

Se é que enfrento

As minhas osgas

De úmidas cavas

Ou loucas nuvens

Em céus recurvos

Já é tormento

A mesma causa

De infaustas lutas

Que pelo avesso

Bravura esmaga.



Myriam Coeli


Nenhum comentário: