






INFÂNCIA
O alfabeto na lousa
Desafia a memória.
A lição explorada
No caderno escolar.
O livro de figuras
E de linhas tão puras,
Mas de linhas tão certas
Para idéias incertas.
No ritmo das palavras
E na cor das estampas
Meridianas lavras
Para futuras searas.
O mistério no mapa
Vivas cores exprime
Com nomes imperfeitos
A lucidez dos versos;
Mas olhando direito
Traz concreto cansaço
Parco e serio repasto
Para o traje e o pão
Não lidos, consumidos
Por nosso corpo e mãos.
O cansaço nos olhos
E na tremula mão,
Já maquina o corpo
Nas palavras, o ofício,
A metáfora e o chão,
Mas na voz mansidão.
O consciente lirismo,
Domiciliar abrigo
De cantigas e versos
De ilusória razão
- não livres, consumidos
Por nossa arte e ação.
O alfabeto na lousa
Liberto o mapa ao lado
Era outra dimensão
Era um mundo inventado:
Domínio colorido,
Janela transformada.
Nos, sonhos matinais
Íamos de terra em terra
A ignorado reino
Que, por distração única,
Não estampava o jornal.
Sonhos tão bem talhados
De emocional invento,
- reinos confabulados
De ritos e de fabulas
Consubstanciados
Com coisas que na mente
Germinam, não foram
Os traços, pontos negros
Das rotas cardeais.
O mundo em nossas mãos
Do mapa a lição
De ocasionais veredas
Para se olhar contidas
E inventar dimensões.
- que já nos padecia
Com lirismo e poesia
A buscada posição.
Myriam Coeli
Um comentário:
Nossa, Fada! Quanta beleza povoa seu mundo. Que coisa mais linda é isto. Você é um tsunami em artes, aqui o conhecimento artístico jorra como fonte cristalina. Nós agradecemos por tanta informações importantes. quanto já aprendemos nesta escola de artes. As poesias são lindas e a música fecha este círculo perfeitamente belo.
Adoro-te!
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