Sokolova Nadejda







POEMA DA CONTESTAÇÃO

(para Cristiana Coeli)



O que destrói

É o que disfarça

Nuvem ou argamassa.


Não o imprevisto

E seu gilvaz.


Mas é a máscara

E seu invento

No rosto incauto

De pluma e farpa.


O que destrói

não é a maquina

e suas tenazes.

Não são os pássaros

Só pressentidos.


Mas a medida

Da permanência

Dura, precisa,

Fiel do tempo.


O que desfaz

São os tentáculos

Da vil palavra.


Não o absurdo

De flor e algema.


Mas a doação

De canto e gesto

E nas metáforas

O fel das gestas.


O que desfaz

Não é o repto

Da condição.


Não é o sonho

E seus cristais.


Mas é o oficio

De decifrar

Alegorias

E os segredos.


O que desfaz

É o falso mito

Da semelhança.


Não o engodo

Libertação


Mas é o grito

Punho ira escárnio

Transe medo ópio

E o canto audaz


O que destrói

É o que floresce

Em sonho e lodo.


Não o improvável

De entranha e espanto


Mas o limite

De ser / não ser

Que a morte exaure

Em pó e ouvido



O que destrói esta no homem

Com suas fomes.



Myriam Coeli

Um comentário:

maysa disse...

Passei por aqui. Sempre admirada com tanto carinho da Fada do Mar, com todos os poetas a artistas.
Obrigada mesmo amiga e que Deus te ilumine sempre.
beijos com carinho e gratidão de Bety Viotto.